Toda empresa precisa de um departamento de tecnologia para definir e padronizar procedimentos
A área de Tecnologia da Informação (TI) está em crescimento dentro das empresas. O que antes era apenas um setor que arrumava computadores e outros eletrônicos, além de ajudar os colaboradores na implantação de novos sistemas, hoje em dia se tornou uma peça-chave e deve estar presente em todos os setores, inclusive nas áreas estratégicas e financeira das empresas.
Jayson Demeterko, gerente de TI da Interprint do Brasil, empresa do ramo de impressão de papéis decorativos para móveis, associada à Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha do Paraná, afirma que toda empresa precisa de um departamento de tecnologia para definir os procedimentos e padronizar. “O TI desempenha esse papel de auxiliar a organização a ter normas, procedimentos, ferramentas e processos, para que possua a infraestrutura necessária de TI, de processo e de condições para atender os clientes”.
Muito se pensa nos profissionais da Tecnologia da Informação como implementadores de inovações tecnológicas, mas o que muitas vezes não é considerado trabalho de TI é trazer otimização de processos e organização para as outras áreas da empresa.
“O TI tem que definir os padrões, treinar as pessoas com relação às ferramentas e aos sistemas e cuidar dos processos da organização Por exemplo: a impressora vai imprimir a nota fiscal, mas qual sistema vai fazer isso? A área de tecnologia define. O trabalho do profissional de tecnologia da informação é unir ferramenta a processos e pessoas. Por isso, o TI recebe demandas dessas pessoas concernentes que é necessário melhorar/mudar e treina colaboradores de outros departamentos para garantir a sinergia do processo. Outro pilar do setor é definir o planejamento estratégico com inovações e, lá no futuro, colocar soluções como Inteligência Artificial (IA) e robôs, quando todos os outros processos já estiverem fluindo bem. Além de precisar antever toda possibilidade de invasão de sistema e vazamento de dados”, pontua Jayson.
O gerente também explica que mesmo com uma equipe pequena para a TI, é possível fazer um trabalho abrangente dentro da empresa e manter os processos otimizados. “Além de um gerente de Tecnologia da Informação, que coordena as tarefas, é interessante a empresa criar uma equipe de ‘profissionais chave’ ou key users, dentro de todos os departamentos. Pois, quando só se tem uma pessoa centralizando o conhecimento da TI, há um risco de a empresa ficar parada ou de esta pessoa precisar voltar urgentemente de férias, por exemplo. Com os profissionais chave, você passa a contar com pessoas capacitadas. Caso precise de uma manutenção rápida em situações já mapeadas e treinadas anteriormente, esse profissional poderá realizar a tarefa. Com isso o dia a dia flui de maneira mais rápida”, explica Demeterko.
A Interprint trabalha com esse sistema de key users para a área de tecnologia. O gerente de TI explica que cada área possui um profissional qualificado para resolver pequenos problemas. Segundo ele, o sucesso não é o profissional de tecnologia de informação resolver tudo, mas sim os profissionais chave junto com a TI resolverem o máximo possível. “Se, numa situação corriqueira, acabar o toner da impressora, o key user tem expertise para trocar. No caso de um problema no sistema que emite notas fiscais, o profissional chave sabe o que fazer para contornar a situação”, detalhou. “Eu fiquei orgulhoso de escutar de um key user do financeiro o relato segundo o qual dito departamento teve um contratempo com um programa de computador e conseguiu solucionar sem precisar me chamar”, contou.
Jayson também ressaltou que é difícil encontrar profissionais para a área de tecnologia de informação. No Paraná são mais de 24 mil vagas em aberto de TI, de acordo com a Prefeitura de Curitiba, e não há mão de obra qualificada para ocupar esses postos.
“Eu selecionei o rapaz que era açougueiro, transportava gás, atendia como bartender e começou a fazer engenharia da computação. Estou treinando-o para ser o próximo profissional de TI dos quais as grandes organizações precisam. Eu o chamo de ‘diamante’. Tenho uns 5 profissionais que nomino dessa mesma forma, pois oferecemos uma oportunidade a essas pessoas, mostrando a dinâmica da área de TI, para que possam desenvolver habilidades profissionais almejadas por qualquer empresa, de modo que venham a ser contratados”, afirma o gerente da Interprint.
Para entrar na seara da tecnologia da informação, Demeterko pontua que é necessária uma formação na área, podendo ser a de bacharelado em informática, engenharia de software ou ciência da computação. E, além disso, ter boa vontade para querer aprender e conversar com as pessoas para tentar transformar dificuldade em solução.
“TI não é centro de custo, não é nada mirabolante e não funciona em uma caixa. É uma área que existe para facilitar os processos dentro de uma empresa e otimizar o tempo e o dinheiro, trabalhando na forma de parceria com outros setores para o melhor funcionamento da empresa”, finaliza o gerente de TI da Interprint.
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