CICI2014 discute desafios para planejar as cidades do futuro

A Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI2014) teve início na noite de ontem, com a abertura oficial e a apresentação do escritor, palestrante e consultor Augusto de Franco sobre “A Independência das Cidades: a emergência das cidades inovadoras no século XXI”. Promovido pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), Universidade Positivo e Prefeitura Municipal de Curitiba, o evento se estende até a noite de sexta-feira (9) no pequeno auditório do Teatro Positivo, discutindo as cidades inovadoras em seis eixos temáticos: Mobilidade Urbana, Infraestrutura, Tecnologias Sociais, Empreendedorismo, Viver a Cidade e Eficiência.

A abertura oficial ficou a cargo do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, do presidente do Conselho do IBQP, Rodrigo da Rocha Loures, e do reitor da Universidade Positivo, José Pio Martins. Um dos idealizadores do evento, que está em sua terceira edição, Loures afirmou que a CICI nasceu com o propósito de criar um espaço de aprendizagem coletiva, no qual fosse possível pensar em soluções para o planejamento futuro dos municípios. “É preciso criar um contexto, um ambiente inovador, para que tenhamos uma cultura focada nas variadas formas do empreendedorismo”, disse.

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, ressaltou a oportunidade para pensar a cidade de forma ponderada. “Trata-se de um ambiente de crítica e cobrança sobre os rumos da cidade, mas, ao mesmo tempo, uma chance de Curitiba buscar alternativas para o desafio complexo que é o desenvolvimento urbano”, afirmou.

O reitor da Universidade Positivo, José Pio Martins, lembrou que a mobilidade urbana se apresenta como o grande desafio para as cidades. “Por mais que soluções sejam implementadas, a dificuldade de mobilidade dos trabalhadores definirá a capacidade de criação de riquezas dos municípios”, avaliou.

Cidades independentes
Em sua palestra, Franco abordou a evolução das cidades, que, em sua opinião, estão na ponta da inovação, pois não carregam o peso da estrutura de um país. Ao longo da história, alguns municípios despontaram como polos de novidades. “O ambiente é inovador, não a tecnologia. É preciso destacar que a inovação surge da inteligência coletiva”, opinou. Nesse contexto, destacam-se as cidades-redes, que estão tomando consciência de que a interação entre os cidadãos transforma o ambiente, permitindo o nascimento de novas ideias.

Essa relação entre as pessoas se intensifica por meio das redes sociais, fazendo com que as sociedades se tornam altamente interativas, com movimentos que se organizam sem lideranças conhecidas, apenas por afinidades. Franco cita como exemplo desse tipo de iniciativa as manifestações ocorridas no Brasil em junho do ano passado. “Ninguém soube explicar o motivo para as manifestações, mas esse tipo de acontecimento, no qual as pessoas se sentem apoderadas, tende a se tornar cada vez mais comum”, analisou.

Nos dois próximos dias, os cerca de 90 palestrantes nacionais e internacionais vão compartilhar experiências dentro dos eixos temáticos. Todos os assuntos serão aprofundados com a realização paralela do Fórum Internacional iCities. A programação completa da CICI e as inscrições gratuitas estão disponíveis por meio do site http://cici2014.com.

CICI2014
A Conferência Internacional de Cidades Inovadoras chega a sua terceira edição em 2014. Com o tema “Soluções Inovadoras para Cidades do Século XXI”, o evento receberá palestrantes e participantes do mundo inteiro para compartilhar experiências e soluções inovadoras para as cidades. As edições de 2010 e 2011 da Conferência receberam um total de sete mil pessoas em seis dias de evento – 3,5 mil em cada edição -, com cerca de 300 conferencistas e mais de 500 municípios representados.

Com base em seis eixos de trabalho, a CICI2014 terá palestras e temas que poderão ser aprofundados paralelamente no Fórum iCities, evento que também chega a sua terceira edição, agora incorporado à Conferência Internacional. O Fórum Internacional iCities tem foco na exposição de ideias sobre novas concepções de desenvolvimento urbano, baseadas, principalmente, em fatores como sustentabilidade e tecnologia.

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