Desde outubro de 2023, está em vigor, no Brasil, uma norma que estabelece uma nova rotulagem nutricional para alimentos industrializados, alertando sobre os altos teores de açúcar adicionado nos produtos. A novidade vem mudando a forma de consumo dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa da consultoria Brain & Company, divulgada recentemente pela Folha, 56% dos consumidores perceberam a nova rotulagem, sendo que 46% desistiram da compra ou pretendem reduzir o consumo; ou seja, quase metade dos entrevistados.
A mudança de comportamento dos consumidores faz com que as indústrias alimentícias se reinventem para driblar a desistência das compras e oferecer produtos alternativos ao mercado. Exemplo disso é a Lorenz, empresa do grupo GTFoods e maior esmagadora de raiz de mandioca do Brasil, que desenvolveu uma maltodextrina sem açúcar, originária da fécula de mandioca. O produto, chamado de NoSug, não possui frações de mono ou dissacarídeos em sua composição, o que permite a utilização em alimentos zero açúcar.
Quando esse carboidrato é inserido nos alimentos, é possível a manutenção da rotulagem zero açúcar. De acordo com a gerente técnica e industrial da Lorenz, Roseli Bremm, o produto substitui ingredientes como fibras, poliol, sorbitol e maltitol, que possuem teor de açúcar maior. A matéria-prima é obtida de produtores do Mato Grosso do Sul e do Paraná, sendo 100% nacional e produzida na unidade industrial da Lorenz, na cidade de Quatro Pontes, oeste do Paraná. “Este produto surgiu em função da nova resolução, por conta da demanda de mercado. Por isso, pensamos e pesquisamos formas de manter a maltodextrina, mas de uma forma que ela fosse sem açúcar. Para isso, é necessário um processo mais controlado da hidrólise, que não tenha conversão do amido em açúcar. O NoSug pode ser aplicado em todos os produtos que tenham zero açúcar, como barras de cereais, refrigerantes, achocolatado, biscoitos e chocolates”, destaca Roseli. A maltodextrina está presente em muitos alimentos industrializados. É considerada um carboidrato complexo e pode derivar da fécula de mandioca, do amido de milho e também à base de ervilha ou de batata.
“O processo desenvolvido pela Lorenz evita a quebra do amido em açúcares. Para o desenvolvimento do produto, a equipe técnica ficou meses realizando análises internas e externas, além de testes industriais para sua finalização. Esperamos que auxilie o mercado e o consumidor na busca por produtos sem adição de açúcares”, finaliza Roseli.
Inovação
O produto que já é premiado – conquistou o terceiro lugar no prêmio FI Inovation Awards, em 2023, que reconhece as iniciativas inovadoras na indústria de alimentos – foi recém-patenteado pela Lorenz junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, o INPI.
“O Nosug é um produto inovador e desenvolvido no Brasil. Nosso grupo investe diariamente em tecnologia, automação e criação de novas soluções em todas as suas frente de negócio, entendemos que esse também é um papel da indústria”, explica o CEO da GTFoods, Rafael Tortola.
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